Total de visualizações de página

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Uma conversa para cadeiras de varanda vazias

Sentado numa varanda olhando para eternidade recordo da nossa ultima conversa.
O velho ranger da cadeira de balanço vazia.
O velho vento frio que passa a blusa de tricô azul.
Tinta descascando da parede revelando uma outra cor antiga

O amor nos move as coisas mais loucas e sinceras as mais simples e completas.
Combustível do mundo que todos os dias começam a funcionar.
Grito essas palavras para vento do tempo para que num lugar ela possa escutar e talvez responder.
Senhora do meu tempo sou feito de carne , osso , idéias e amor.
Senhora do meu juízo sou feito de palavras e dor.
Senhora da minha censura peço permissão para te beijar.
Peço gentilmente que me abrace.

Senhora das minhas loucuras.
Não tranque isso dentro de mim.
Senhora do meu descanso.
Arrume a cama para esquentar meus joelhos e pés frios.
Senhora da minha fome tem suco de limão e morango, refresque-se neste verão que esta no auge.
Senhora do meu inverno Chá de menta para me esquentar desse inverno que  rasga a minha alma.

Senhora porque fechou os olhos sem mim.
Senhora por favor não feche os olhos nunca e se fechar só esteja dormindo.

De manhã irei passar a Mão no seu cabelo branco e lhe dizer bom dia, não podes começar
viver o dia sem isso.
Senhora dona da minha ira.
Senhora dona dos meus sentimentos.
Faça que eles não me torturem que joguem buraco comigo, naquele velho jogo de cartas.
Senhora dona da minha tranqüilidade.
Senhora da minha velhice divida comigo a varanda.
Senhora da minha velhice desculpas nesta idade e algo um tanto desvalorizado, memórias e mofo definem melhor não tive isso ou aquilo.
Eu fiz o meu melhor o dia todo no mundo dos homens, escutei desaforos, engoli seco rãs e sapos varias vezes para chegar nesta varanda e sentar com você e anos se passaram rápido e o que sobrou foi só um velho tremulas e rosto enrugado e orelhas grandes.

     Depois com as pernas fracas levanto da cadeira me sinto tranqüilo me escorro na porta sigo me despedindo da casa dos quadros que ainda estão tortos por que não tive disposição de arrumar passo pelo antigo toca disco onde a agulha repousa sobre a faixa All the Way de Frank Sinatra sem tocar.    
                                                             Momentos felizes do barulho.
Rasgo o silencio agora. Passam crianças jovens netos por mim ,me encaminho para o quarto no qual divido com a solidão de oito meses essa foi a ultima conversa na varanda que agora só tem duas cadeiras vazias me deito no leito me cubro com a colcha bordada de 1976.
Escuto sua voz pela ultima vez respondendo minhas inquietações ...
Senhor dos meus dias, sou feita de momentos, gestos, palavras e pensamentos, 
nos quais estas presente

Senhor dos meus olhares, sou apenas o que os olhos não vêem ,e a alma sente

És senhor dos meus lábios

Senhor venha vestir o seu casaco, se alinhe para me encontrar

Senhor do qual dividi a vida o corpo e agora a morte.
Senhor meu, não partas sem bilhete, e não me deixe sem rosa de despedida.
Senhor da minha casa , de minha mente e meu corpo ,no final o que nos restou foi 
o que sempre somos : amor
Senhor, chega de esperar, venha casa
Fecho meus olhos tranqüilo agora escuto o barulho das cadeira na varando e me despeço da noite.

------------------------------------------------------------------------------------------
 A talk to empty chairs balcony

 Sitting on a balcony looking forever remember our last conversation.The creak of the old rocking chair empty.The old cold wind that passes the blue knit sweater.
Paint peeling from the wall revealing a different color formerLove moves us the craziest things the simple and sincere and complete.
Fuel in the world that all the days begin to work.Scream these words to the wind of time to a place she can listen and perhaps respond.

Lady of my time I am made of flesh, bone, ideas and love.
Lady of my mind I am made of words and pain.
Lady of censorship ask my permission to kiss you.
Kindly ask you to hold me.
Lady of my follies.
Do not lock it inside.
Lady of my rest.
Arrange the bed to warm my cold feet and knees.
Lady of my hunger has strawberry and lemon juice, cool off this summer at the height.
Lady of my winter mint tea to warm up this winter ripping my soul.
Lady because she closed her eyes without me.
Lady please do not close your eyes and never sleeping is not close.

In the morning I will go hand in his white hair and tell him good morning, you can not getlive the day without it.

Lady owner of my anger.
Lady mistress of my feelings.
They do not torture me play that hole with me, that old card game.
Lady owner of my tranquility.
Lady of my old age with me divide the balcony.

Old lady of my excuses at this age is somewhat undervalued, mold and define best memories I had this or that.
I did my best all day in the world of men, I heard catcalls, frogs and toads swallowed hard several times to reach this balcony and sit with you and years passed quickly and what remains is only a trembling old and wrinkled face and big ears .

     
Then with the weak legs of the chair lift I feel comforted me drain saying goodbye at the door of the house follow the pictures that are still bent on that I had available to get step by the old record player where the needle rests on the track All the Way Frank Sinatra untouched.

                                                             
Happy moments of the noise.
Tearing the silence now. Young children spend on my grandchildren, sent me to the room in which I share with the loneliness of eight months this was the last conversation on the balcony now has only two empty chairs I lie in bed cover myself with the embroidered quilt 1976.
I hear his voice one last time answering my concerns ...

Lord of my days, I am made of moments, gestures, words and thoughts

in which they present

Lord of my looks, I'm just what the eyes do not see, feel and soul

Are you my lips

Lord will put on his coat, line up to meet me

Lord which divide the body life and now death.

My Lord, do not leave without a ticket and do not leave me without pink farewell.

Lord of my home, my mind and body, in the end what was left in

what ever we are: love

Lord, no more waiting, come home

I close my eyes now I listen to quiet the noise of the chair on the porch and I say farewell night.

3 comentários:

  1. Telma adorei Alinne me emocinei obrigado paz e luz

    ResponderExcluir
  2. Maravilhoso !!! me identifiquei muito com texto Parabéns , vcs estão cada vez melhores

    ResponderExcluir
  3. POxa Telma ficou muito feliz por vc gostar

    ResponderExcluir