"SEMPRE TIVE AVERSÃO NATURAL PELO SURREALISMO, PELO METAFÓRICO, PELO ARBITRÁRIO, PELO 'PROFUNDO', PELO PSICOLÓGICO, PELO TÍPICO.
Me deixo enganar as vezes pelo bem-feito e pelo bem acabado.
(...)
No que faço, subsiste um componente acentuado de expressão, de comunicação, portanto. Isso só é possível coim certo teor de redundâncias, de 'facilidades', cuja dosagem controlo e regulo.
Mas não tenho obsessões. Não sou poeta de temas.
Tenho um horror pop a qualquer palavra que obrigue o leitor normal a ir ao dicionário.
O resultado deve ser raro, os ingredientes tem que ser simples.
Tem um difícil que é fácil. E um fácil que é muito difícil. Prefiro este.
Tamanho não é documento. No meu modo de ver, a brevidade pertence à essência mesma da poesia.
detesto poesia dita profunda. Estou cagando e andando pra psicologia
Não tenho psique. Sou apenas uma besta dos pinheirais. "
Paulo Leminski, em Sobre Poesia - um depoimento-
Envie meu dicionário, cartas e alguma crítica, pg. 194
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