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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Variações sobre o mesmo tema II : PAPEL

Mapas do Papel, por Alinne
Tão suave e repousante como um incenso queimando, uma xícara de chá quente entre as mãos frias, é uma escrita macia e suave, em linhas apertadas e esguias.

A difícil tarefa de criar algo ainda inexistente, explorar campos ainda não imaginados, é a missão de quem tem em mãos um virgem papel.

O papel em si, tão alvo e imenso pode assustar quem se aventura pelos caminhos da escrita com pouca frequência. Tal aparência de desafio também pode dominar e incentivar aqueles que já tem por hábito navegar em tais águas profundas.

Ter o poder de dominar algo tão imenso que são as palavras, colocá-las em ordem e sentido sobre um mapa sem coordenadas, sem legendas. Um desafio, um imenso prazer, uma surpresa, sempre é no final esse escrever.

Este papel, que agora não é mais um vasto território desconhecido e inexplorado, se tornou, por fim, uma fiel testemunha da minha vontade. E por muito tempo guardará o que lhe foi confiado.
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Só Papéis, por Mhário Lincoln

 Quantos papéis nós temos que viver a cada momento na vida?
 Com quantos papéis temos que limpar nossas consciências sujas, em devaneio, da podridão de um infinito descartado pela sociedade que se diz cheia de papéis e boas idéias?

O meu papel será este ou aquele diante de tamanha inundação de coisas insinceras na vertente da antiga solidão de meu próprio mundo de letras minúsculas....

Quantos papéis num jogo ganancioso nas bolsas de valores. Quantas árvores jogadas ao chão para construir fortunas de papéis, medo, fome e desgraça...

Mas e os livros? Como sobreviverão sem o papel que os esmiola  e recebe, com maestria harmônica,  as letras que codificam o ensinamento humano ao longo desses  anos?

Papel, papelada, papeletes, papelotes, povo, paupérrimo papel de catadores de papel ao relento, sob vento, infortúnio de quem não teve nas mãos os papéis dos cadernos do estudo.

Cataventos, ventos que empurram papéis jogados ao chão, na tentativa de descobrir o sangue dos atentados da Candelária, de Oslo e do dia 11 sei  lá de que mês. 

Os terroristas cumprem seus papéis diante da espúria sede de justiça com as próprias mãos. Interpretam os papéis. Seus papéis de chamarem a atenção do Mundo.

Afinal, quando olhares uma folha de papel jogada ao relento, saberás que ela já foi alguma coisa que nunca você mesmo alcançou... o vôo solitário do papel de nossa própria inquietude!
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O NOBRE PAPEL DO PAPEL, por Pedro Antônio

 Parte-se do principio que papel aceita tudo. Tudo mesmo. Desde o mais belo poema de Camões, até o que o desafortunado papel higiênico aceita em si, para o bem da humanidade moderna. Céticos questionam a Bíblia e o Alcorão, dizendo que seu conteúdo não passa de história morta. Ambientalistas defendem seu fim, em nome do término da derrubada de árvores para sua fabricação. Mas ainda é fato que o registro perene dos maiores feitos da humanidade não está na pedra lascada pelo homem primitivo, nem nos mais potentes “hard disks” de hoje, com seus muito terabytes de espaço, e sim, no bom e velho papel.

Esse texto, por exemplo, não está sendo passado no papel, e não podemos ser totalmente contra isso, assim como os opositores da televisão, amantes do rádio, não puderam impedir sua chegada, e os colecionadores de vinil ouvem com certeza CD, e até mesmo MP3 nos seus carros. Não é o caso de saudosismo. Mas que, ainda é mais prazeroso o hábito de folhar as páginas de um livro e de uma revista em comparação de fazer a mesma leitura numa tela de LCD no seu computador, isso nem o mais moderninho dos mortais pode negar. Por essas e outras que só podemos clamar: “Longa vida ao papel”.
 
Quando se resolveu encadernar os papéis, dando-se origem aos primeiros códices, começava-se a organizar as informações, que tão úteis nos são hoje. Mas todo esse aspecto histórico do papel torna essa leitura enfadonha. Vamos ao lado prático do papel... sabe, aquele fechamento importante, ou aquele pagamento inadiável, que você diz assim ao seu interlocutor do outro lado da linha: “Mas é claro que está tudo certo, já te mandei o e-mail.” Ao que ele retruca: “Não recebi nada aqui.” E você fica sem saber se foi você, se foi ele, se foi o servidor hospedado na ilha de Sumatra, ou a companhia de energia elétrica o culpado, o fato é que foi tudo por água abaixo e o papelão está armado.

Isso sem contar o lado impactante do papel nos relacionamentos. Manda um SMS pra quem você quer conquistar, perguntando o que vai fazer hoje. A reação é uma, desflorando um rosário de desculpas, agora, manda uma cartinha com lindos versinhos, fazendo o mesmo convite... TIRO E QUEDA, sem chance de tomar uma negativa. Vai na quitanda do Antero e fala que você vai abrir um cadastro lá para poder comprar faturado, para ver a resposta que ele vai te dar... agora vai lá com a caderneta de anotações, diz que seu cunhado acabou de chegar, que você não pode fazer feio, para ele fiar um frango, dois pacotes de macarrão, uma lata de massa de tomate Elefante, e marcar tudo na caderneta. Ele simplesmente vai vender, marcar num papel de pão e ainda comentar: Para você, faria de olhos fechados, você é cliente bom! Eita papel salvador!
Por isso, concluindo, digo somente que o papel que todos devemos ter na vida é de boas pessoas, cumprindo assim o papel que nos foi designado de passar por esta vida de modo que nossos atos não fiquem apenas na vaga lembrança de alguns, mas que sejam indelevelmente registrados no caderninho dos que nos admiram, servindo de exemplo para que as gerações futuras sigam nosso papel.
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Cúmplices Papel e Escritor, por Rafael Ferreira 
 
Esse texto e dúbio e sínico e vago tem duas faces duas linguagens dois lado do mesmo papel. Ele faz pensar, irrita, fofoca e mente. O escritor e papel cobiçam uma historia um fato manipulam, estão de conchavo. Esse fato de escrever de um lado e outro da folha de papel , as mil possibilidades do papel que se encontra branco virgem na minha frente onde minha caneta rompe sua pureza se tudo caminhar certo correto não precisará amassar e arremessar  ele para longe de mim. Meu cúmplice, meu amigo descartável onde junta minhas ideas e organiza.
 
Morrendo no seu leito do hospital um velho com seus longos 83 anos segura um pedaço de papel na mão seu filho esta do lado do moribundo senhor.
 
Essa frase foi feita para que seja possível uma breve visualização mais não se iluda o papel é totalmente traiçoeiro e escritor não fica atrás pode mudar tudo. O escritor e papel são cúmplices de uma historia que esta por vir são suspeitos, são amigos desse instante brincam com letras que salteiam da caneta.
 
O papel que velho segura pode ser um bilhete de loteria ou carta de despedida.
 
O velho pode ser amargo. O velho pode ser doce. O velho pode ter sido um vencedor ou um derrotado.
 
O filho pode ser podre. O filho pode ser bom. Amante ou amado-sozinho ou acompanhado de boas intenções de péssimas intenções.
 
O velho pode ter visto  pouco o filho o papel pode dizer que lhe ama ou que não deixara nada que não acredita que vaca da mãe dele tenha lhe dado um filho.
 
O filho espera que morra logo para saber o que esta no papel ou quer que ele viva mais um ou dois anos.
 Pode ser uma carta de perdão que velho deixa para filho ou contrato dizendo que tudo ficara para cães e gatos deles.
 
Será um pai apaixonado ou um pai abonado. Amargo demais enrugado demais sujo demais
Será um filho endividado. Será um filho iluminado

 
"A caneta quer nos trair", diz o escritor para o papel ,porque ela teima em cair, o papel e o escritor  desprezam  a caneta e pegam outra.
 
Não fiz questão de definir o papel do velho, esse cabe a você, iludido leitor  pensar, concluir, ir alem do que  escrevi neste papel ... novamente faço você pensar .
 
Se for um filho que ama pai de bons princípios pensa que carta que esta ficando para ele
Se for um marginal  quer que  velho parta logo e ficara com dinheiro bilhete de loteria

 
Isso nos faz pensar em que papel pode ter na vida que lado pode escolher se agora somos o velho ou moço quem esta na cama do hospital ou sentado no banco se somos bons ou ruins. A velha luta entre o escritor e papel dessa vez deu empate . Agora vamos esperar  a chuva passar e fumar um cigarro .Era uma vez um velho numa cama de hospital segurando um papel ...
 

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